O Vale Sagrado dos Incas possui um tesouro da engenharia agrícola, descoberto há pouco mais de 90 anos, este lugar continua sendo de interesse para os pesquisadores.
Não há dúvida de que a origem do nome Moray vem do quéchua, o que não se tem clareza é o significado da palavra, embora segundo vários historiadores possa ter vários significados. Diz-se que pode vir da contração das palavras "Muyu" que significa redondo e "Uruy" que é abaixo. Também poderia derivar da palavra Aymora, que significa colheita de milho e mês de março.
As pesquisas nos dizem que as primeiras terrazas foram construídas por uma cultura anterior aos incas, entre os séculos VI e X, possivelmente a cultura Maras, que dominava o território. A segunda parte sim foi construída pelos incas entre os séculos XII e XIV, provavelmente na expansão territorial que começou com o Inca Pachacutec.
A cultura inca trazia produtos de todo o território do Tahuantinsuyo com o objetivo de plantá-los na terra fértil de Moray, sob o sistema de agricultura que o local possuía.
Com a chegada da conquista espanhola este lugar ficou abandonado, não foi até o ano de 1932 que foi descoberto por Shirppe Johnson’s que sobrevoou o local, encontrando-o cheio de vegetação.
Segundo historiadores, estas construções constituíam um importante laboratório agrícola do império incaico. Já que seus terraços estão construídos com seus respectivos canais de irrigação e cada um deles constitui um microclima. O que chama a atenção é a grande diferença de temperatura média anual entre a parte superior e o fundo das depressões, diferença que pode chegar até 15 °C.
O local é constituído por terraços ou andares agrícolas construídos em depressões ou buracos naturais gigantescos. Estes terraços estão sobrepostos concêntricamente, tomando a forma de um gigantesco anfiteatro.
São 3 complexos circulares, que vão desde os 150 metros de profundidade e uma média de altura dos terraços é de 1.80 metros, nos quais está comprovada a existência de quase 20 microclimas diferentes.
Está dividido em grupo de 4 terraços, com temperaturas, alturas e características diferentes. Os primeiros 4 terraços têm um clima mais úmido com temperaturas que estão nos 0 °C, os seguintes 4 possuem uma temperatura maior com uma diferença de até 3 °C. As últimas 4 têm uma temperatura diferente variando devido à exposição ao sol e à passagem das estações.
Esta diferença é mais clara nos meses da temporada de estiagem, que compreende os meses de abril a outubro.
A forma circular dos terraços, possui canais de irrigação que têm uma leve inclinação que facilitava a irrigação de todo o local. Cada terraço oferecia um ambiente climático diferente, o que permitia cultivar diferentes tipos de plantas e grãos.
Os terraços, construídos sobre muros de contenção preenchidos com terra fértil e irrigados por sistemas complexos de irrigação, permitiam cultivar mais de 250 espécies vegetais. Entre os que se destacam estão a folha de coca e ervas medicinais nos primeiros 4, a quinoa e amaranto nas seguintes 4 e nas últimas 4, batata e milho.
Está localizado a 53 Km da cidade de Cusco (1 hora de ônibus pela rota Cusco - Maras), com uma altitude de 3.385 m.s.n.m. Na comunidade camponesa de Mullakas Misminay na província de Urubamba. Tem uma extensão de 37.000 hectares.
O clima em Moray é temperado, com uma temperatura que ainda varia desde os 20 °C, durante o dia, e pode chegar até 0° à noite. A melhor época para viajar é na temporada de estiagem que compreende os meses de abril a outubro.
O sítio arqueológico de Moray está aberto das 7:00 a.m. até as 18:00 p.m. O custo de entrada está incluído no Boleto Turístico.
Você pode chegar a Moray de várias maneiras:
Moray encerra uma grande quantidade de história e beleza paisagística, já que todo o local é perfeito para uma sessão fotográfica incrível.
Andenería Inca
Os terraços serviram de laboratório agrícola inca para experimentar com seus cultivos e obter produtos que em outras condições não poderiam ser cultivados.
Moray Raymi
A cada 8 de outubro celebra-se o festival chamado Moray Raymi, uma festa relacionada à agricultura, que é acompanhada por danças tradicionais e cerimônias rituais como o pagamento à terra.
